Monday, September 24, 2012

"You've come so far, well done darling. We knew that you had it in you. You can do anything that you want, world is an oyster, don't dissapoint us"

Eu, uma amiga (vamos chamá-la de Maria porque não importa quem ela é mas sim como é que é) e todas as mulheres com que converso dizem que sentem muito a falta de tempo. E esse tempo não está ligado com o fato de trabalharem ou estarem atarefadas  e sim com a falta de tempo de ser você mesma, de poder ter sua autenticidade descarada, verdadeira. 

Lembrando também que as circunstâncias moldam a maioria das pessoas a ser como elas são. Há quem chame isso de vida.

E se tivesse tempo de ser eu mesma, não sei se saberia ser porque já faz tanto tempo...E se soubesse ser, será que eu gostaria de mim? Me reconheceria? Teria paciência (e tempo) para mim ou voltaria a me esquecer? O que eu gostaria de fazer? Comer? Vestir? Falar? Não sei. 

E será que mudando, você acaba se encontrando?

A Maria, que não é Madalena nem nada, aliás é bem sacudida a danada, com coragem arriscou, mudou (de emprego, de casa, de meio de transporte), continua ainda na mesma toada. Se irrita com o mesmo discurso ouvido por ai: "Você é nova, bonita, inteligente, pode fazer qualquer coisa que quiser" 
Há! E se eu não souber o que eu quero? E o discurso persiste como um clichê, vazio: 
"Pergunte á você mesma"
- E quem sou eu, mesmo?

Bom, não tem receita pra saber. Quando você passar na frente de você mesma, você se reconhecerá.

Sábado, o marido fez o café da manhã enquanto eu tentava multiplicar na cama um pouco mais as horas de sono, porque minha barriga luta contra a gravidade . A Julia entrou no quarto, com passinhos miúdos e voz pequeninha, subiu na cama e disse:

"Mãe, eu te empresto minha ovelha"

O cheiro do café, o rosto calmo (enquanto eu me descabelo) com um sorriso de leve e parceiro do marido, o calorzinho da Juju do meu lado, o toque fofinho da ovelha me mostraram que eu sou tudo (ou só) isso, depende de quem vê. 

E foi assim, que naquela manhã, eu me reconheci na esposa e mãe e vi que eu posso fazer com que as pessoas sejam também elas mesmas e melhores e mais felizes simplesmente sendo eu mesma, sem invenções. 

Mas, também posso ser a mosca que pousou na sua sopa...é só não me irritar! E não adianta me dedetizar!


E a Maria, eu SEI que ela vai se encontrar.





{but I still haven't found what I'm looking for}









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